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PIPOCA É SAÚDAVEL?




Pipoca combina com saúde?


Pipoca é um alimento rico em propriedades funcionais. Além de contar com a presença de antioxidantes que ajudam no combate de radicais livres, também possui uma boa quantidade de fibras - as quais contribuem para o funcionamento da microbiota e até na saciedade - auxiliando positivamente em uma dieta para perda de peso.


Qual o motivo de muitas pessoas a enxergarem como junk food?


Considerando como pipoca apenas o “milho estourado”, é possível afirmar que, de fato, é um alimento saudável. O grande problema não está no alimento em si, mas na forma de preparo.


É inegável que a pipoca de cinema é bem diferente de quando preparada em casa, sendo bem mais saborosa. Isso se deve ao fato de que, como a maioria dos estabelecimentos que vendem comida, o objetivo é deixar os alimentos o mais saboroso possível, transformando as refeições em experiências hiper palatáveis. Sendo assim, no preparo da pipoca do cinema é acrescentado algumas formas de gordura, além de altas quantidades de sal e até químicos como realçadores de sabor.


Já as pipocas de microondas, além de também possuírem grandes quantidades de sal e gorduras saturadas, contam com a adição de substâncias sintéticas e preparação de uma embalagem específica que suporte temperaturas altas, o que foge bastante de um conceito mais natural e saudável. Para entender melhor e quantificar esses elementos adicionados, abaixo está parte do rótulo da pipoca de microondas líder de mercado no sabor "manteiga de cinema":

 




Olhando para os ingredientes, é possível ver a quantidade de ingredientes além do milho, e a complexidade em seus nomes: regulador de acidez, corantes, antioxidantes BHT, etc. Esses conservantes e aditivos químicos já são o suficiente para tornar um alimento in natura em um alimento ultraprocessado.


Já na tabela nutricional, o que mais chama atenção é a quantidade de sódio em um pacote de 100g, o tamanho tradicional, geralmente consumido como porção individual: 1367mg. Essa quantidade de sódio equivale a cerca de 70% da quantidade recomendada por dia, considerado muito alto para apenas 1 refeição.


Outro ponto de destaque são as gorduras. A quantidade de gordura total é relativamente alta, considerando que o milho em si não possui gordura, contribuindo assim para transformar em um alimento bem mais calórico. Além das calorias adicionadas, também há um ponto de atenção na quantidade de gorduras saturadas, que em excesso podem contribuir para quadros de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares por exemplo. 


Por fim, a grande preocupação é a presença de gordura trans. Essa é uma substância cuja recomendação é evitar totalmente a ingestão - sendo consenso em todos os órgãos de saúde que não há nenhum benefício à saúde quando consumida. A ciência ainda não possui total compreensão de como essa gordura alterada artificialmente se comporta no longo prazo, o que já foi observado é a sua interação negativa com o colesterol, diminuindo o "colesterol bom" (HDL) e aumentando o "colesterol ruim" (LDL), aumentando o risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral.


Então é melhor consumir apenas o milho e não a pipoca?


Ainda é possível aproveitar o sabor da pipoca sem abrir mão das suas características saudáveis e funcionais. A solução é buscar o preparo mais caseiro, utilizando o milho sem óleo, sem adição de gorduras trans e saturadas e controlando o sal para que não haja sódio em excesso.


  • Na Panela (de preferência antiaderente), esquente por cerca de dois minutos em fogo médio. Depois de aquecido, acrescente a quantidade de pipoca desejada e mexa. Quando começar a estourar, tampe a panela e mexa a panela a cada 10 segundos e abra a tampa para não abafar demais e queimar as pipocas.


  • No microondas, coloque em um refratário que possa ir ao microondas. Adicione a quantidade desejada de pipoca e um pouco de água, de forma que não cubra a pipoca. Tampe o refratário com um plástico filme e use um garfo para fazer alguns furos no plástico, permitindo que haja a troca de gases/temperatura e evitando que algum milho pule para fora. O tempo de aquecimento deve ser em torno de 6 minutos, mas como a potência pode variar, uma boa dica é se atentar ao intervalo de estouro entre um milho e outro; assim que tiver um intervalo maior que 2 segundos já é hora de desligar!


  • Na pipoqueira elétrica, basta adicionar os grãos de milho e ligar, sem a necessidade de monitorar constantemente o processo ou mexer a panela. Também não há necessidade de adição de água ou óleo, tornando esse método de preparo extremamente simples, seguro e conveniente.


Vale ressaltar que o sabor vai ser diferente quando comparado ao método tradicional, cheio de gorduras e sal. Mas não é necessário restringir totalmente o uso do sal ou temperos, a chave é a moderação e o controle do quanto está sendo adicionado. Sem a ajuda do óleo, pode ser difícil fixar o sal na pipoca. Uma dica é a utilização do sal micronizado..


Tanto na opção mais saudável, quanto na mais prática, a pipoca é um excelente acompanhamento para momentos gostosos. O importante é entender que sua forma de preparo pode mudar sua saudabilidade e que a decisão tem que ser tomada de forma consciente. Uma pipoca preparada em casa, sem oléo e com sal controlado pode ser consumida de forma mais frequente no dia a dia. Já as prontas de microondas ou a de cinema não precisam ser excluídas da alimentação, mas merecem mais moderação no seu consumo, sempre que possível consultando um nutricionista para que se adeque à sua realidade.


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